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Memória: quando é que os esquecimentos deixam de ser normais e passam a ser uma preocupação? E quando é que deixam de ser uma preocupação e passam a ser um sintoma de doença?

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    De uma forma geral, e ressalvando que as características de cada situação podem dar enquadramentos diferentes aos casos, pode-se dizer que, quando a ocorrência dos esquecimentos ultrapassa a proporção em que é expectável acontecerem, face à idade, sem que exista impacto na funcionalidade da pessoa, então existe alteração e, neste momento, os esquecimentos passam a ser (ou devem passar a ser) um motivo de preocupação. Por sua vez, quando a ocorrência dos esquecimentos ultrapassa a proporção em que é expectável acontecerem, face à idade, e existe impacto na funcionalidade da pessoa, então existe alteração e, neste momento, os esquecimentos deixam de ser motivo “apenas” de preocupação e passam a ser um sintoma de doença. Naturalmente que o perfil das alterações, numa e noutra situação, serão diferentes.   Posto isto, é possível que existam pessoas que questionem: considerando que podem existir alterações sem que exista impacto na funcionalidade da pessoa - o que ...

Memória: os esquecimentos refletem sempre alterações de memória?

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  É verdade que durante largas décadas, por via dos estudos realizados com vista ao entendimento da memória, o esquecimento foi encarado como uma falha de memória. E ainda hoje, em muitos lugares, inclusive em contexto académico, assim é apresentado. No entanto, hoje, sabemos que a capacidade de esquecer informação é tão importante para o funcionamento da memória (e do cérebro) como a capacidade de adquirir e de consolidar informação.   Desta forma, o esquecimento, enquanto tal, não é produto de um erro que acontece nem de um problema que existe ou que esteja a existir, ele é parte integrante da dinâmica de funcionamento do processo mnésico e de fatores que envolvem o processo cognitivo, que agem de forma influente sobre o processo mnésico.      Naturalmente que existem processos e mecanismos que explicam e sustentam o esquecimento como parte de um “todo mnésico”, sendo exemplo disso, a possibilidade de o cérebro usar um processo como a potenciação d...

Qual o impacto que o isolamento social pode ter no funcionamento cognitivo?

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A estimulação que os contactos e as interações sociais proporcionam ao nosso cérebro é ampla, elaborada e única; sendo a sua importância reconhecida e valorizada pelo seu papel neuroprotetor. Perante isto, e face às circunstâncias e exigências de confinamento que a pandemia covid-19 nos tem colocado, faz sentido questionar, qual o impacto que o isolamento social, a solidão e o empobrecimento do contacto social têm na atividade cognitiva complexa.   Dos trabalhos que já vinham sendo feitos, no período pré-covid 19, os resultados apresentados sugerem uma associação entre o isolamento social ou os baixos contactos sociais com pior função cognitiva (Shankar et. al, 2013) e com o declínio cognitivo (Read et. al, 2020).   Num estudo de 2019, a solidão foi associada a baixos valores de desempenho cognitivo global, memória imediata e memória diferida, fluência verbal e digit span por ordem inversa (medida de memória de trabalho e atenção executiva); por sua vez, o isolamento soc...

O processo Psicoterapêutico enquanto autoconhecimento

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  No templo de Delfos na antiga Grécia, o asceta propõe ao oráculo a questão mais antiga e universal da nossa existência consciente: Quem sou eu? Correspondentemente, a psicoterapia detém o espaço e o contexto para o encontro de si próprio. A Psicoterapia é conduzida na descoberta estimulante e desafiante, do quem sou Eu! As sessões são especialmente focadas na análise e interpretação da dinâmica particular do indivíduo, e na elaboração de soluções saudáveis e eficazes, permitindo evitar determinados sofrimentos e melhorar a eficácia global de comunicação. É um conhecimento sobretudo emocional, um tipo de inteligência intuitiva que existe à priori da inteligência intelectual e que nos irá permitir compreender com maior clareza os padrões relacionais. A relação que temos connosco e com os outros, e perceber alguns padrões disruptivos que possuímos. Por exemplo porque escolhemos frequentemente o mesmo perfil ou tipo de padrão comportamental nos nossos companheiros? Porque não entende...

Confinamento e desafios conjugais

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O Covid 19 é uma situação estranhamente nova. Um estranhar que se entranha e nos leva a termos que reavaliar o nosso relacionamento, se é resiliente,  se consegue de facto resistir ao atual momento.  O resultado da convivência intensa podem levar a casos de violência doméstica, seja ela verbal e/ou física, pois já não se encontra mascarada pela rotina do dia-a-dia, já não temos a possibilidade de desviar a atenção das frustrações, do desgaste da relação e das mágoas que ficam bastante mais percetíveis e que precipitarão uma  diversidade conflitos conjugais.   Pelo que deveremos ter especial atenção a esta nova dinâmica de resultados contraditoriamente previsíveis, com especial incidência em casais que já anteriormente apresentavam sinais de alguma disfuncionalidade. O mantermo-nos atentos, sermos capazes de pedir ajuda psicoterapêutica torna-se essencial nestas situações. Dr. Adérito Cavaco -  Cédula n.º 2270

Segundo Confinamento

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  SEGUNDO CONFINAMENTO Ano novo… vida semelhante! Terminámos 2020 com a esperança de que 2021 nos trouxesse as nossas vidas e a nossa liberdade de volta, mas mal pusemos um “pezinho” no ano novo, eis que enfrentam um novo desafio à nossa saúde mental, uma vez que voltamos a estar confinados. A pandemia tem testado a nossa saúde mental, sentimo-nos mais ansiosos e o stress volta a desafiar muitas famílias, não só por motivo da fadiga pandémica, mas também pela situação de crise instaurada, que tem um forte impacto psicológico em nós. Sentimentos como tristeza, angústia, medo, incerteza, cansaço, zanga e impotência são absolutamente naturais dada a realidade em que vivemos. Mas, efetivamente, já não somos quem eramos no primeiro confinamento. A primeira vaga pandémica mostrou-nos a todos e a cada um de nós que somos mais resilientes do que pensávamos, que perante uma realidade que apenas habituados em ver em filmes, somos capazes de resgatar competências emocionais que nos permit...

Como abordar o final de um Relacionamento

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                                                                              Fim do relacionamento   O fim do relacionamento geralmente é um processo habitualmente doloroso que envolve sofrimento e tristeza. O processo de afastamento físico e mental requer a aceitação de que aquela pessoa especial vai seguir um curso distanciado daquilo que foi a vida em comum. Ainda que possa privilegiar uma atitude amistosa a conivência e intimidade teve um fim. Há que reorganizar rotinas, fazer novos planos. No vídeo, da neuropsicóloga, Dr.ª Sandra Neves, poderemos assistir a uma abordagem sobre o tema....